(Artigo publicado originalmente no Depois do Trampo)
Há muito que os games deixaram de ser "coisa de criança", por mais que pais super zelosos e, diga-se de passagem, completamente desatualizados, insistam no contrário. Mario (o famoso mascote da Nintendo) não define a indústria de games, assim como Mickey não define a indústria do cinema. Já faz tempo que o público consumidor de jogos eletrônicos é composto, em sua maioria, por jovens adultos, e não mais por crianças e adolescentes. E perceba que estamos falando de um mercado que já superou o cinema em tamanho.
Procurando satisfazer o gosto desse público amadurecido, as produtoras de games investem cada vez mais em sofisticação. Recentemente, a Bioware, uma das mais respeitadas desenvolvedoras do mercado, surpreendeu a todos anunciando a contratação de Clint Mansell, tradicional colaborador do diretor Darren Aronofsky (Black Swan, The Fountain, Requiem to a Dream), para compor a trilha sonora de Mass Effect 3, o próximo capítulo de sua premiada saga espacial. É um bom exemplo dessa tendência, mas está longe de ser o único.
Confiram, a seguir, o espetacular trailer do jogo Dead Island (via twitter do Aquino), que esbanja talento e sofisticação. É belo e grotesco, perturbador e comovente. É tudo que The Walking Dead, a tão badalada - e decepcionante - série de zumbis da AMC gostaria de ser.
Um aviso: como se pode ver logo no início, a classificação é 18 anos. Tire as crianças da sala, como faria para qualquer filme adulto. Acredite, elas não verão o Mario. A não ser que seja aquele outro. Depois não venha esbravejar, exigindo a censura dos jogos eletrônicos. A culpa foi somente sua.
Alternativamente, o trailer pode ser visto em resolução maior, aqui (após comerciais) ou aqui.
De brinde, outro trailer bem interessante, do jogo Deus Ex: Human Revolution, uma fábula cyberpunk com toques de Blade Runner. Há referências visuais bem sacadas:
Claro, são apenas trailers (há muitos outros bacanas por aí, dê uma pesquisada), mas já dá para notar que agora o foco é outro, a linguagem é outra, o público é outro. Como se vê, os jogos eletrônicos estão, aos poucos, chegando lá. Se firmando como uma mídia poderosa e flexível para contar qualquer tipo de história. Inclusive para adultos. Agora é dar tempo ao tempo, e torcer para que a inteligência das pessoas absorva essa mudança de realidade.
Mesmo que sejam pais alienados e super-protetores.
Cedo ou tarde, isso vai acontecer. Principalmente agora que os filhos de gamers estão nascendo e crescendo.
ResponderExcluirUma nova safra de humanos que quebrará velhos paradigmas e criará outros, como sempre foi e sempre será.